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1972 - O DIA QUE CHICO ANYSIO ESTEVE NA MINHA HUMILDE CASA EM CURICICA - JACAREPAGUÁ.

  • Carlos Alberto da Costa
  • 15 de set. de 2016
  • 3 min de leitura

No início de 1972,quando eu morava no loteamento Quarto Centenário em Curicica,Jacarepaguá,e era muito amigo de um vizinho chamado Carlos Augusto,Carlinhos Quero-Quero,que trabalhava na Tv Globo como contra-regra do Chico Anysio,a amizade entre eles era tão grande,acho que teve início na Tv Rio,e por todas as estações de televisão por onde o Chico trabalhou levou Carlinhos junto.Fazia questão de tê-lo como contra-regra. Um vez conversávamos e bebíamos umas cervejinhas num barzinho da esquina da Estrada dos Bandeirantes,eu,meu falecido Pai e Carlinhos Quero-Quero quando Carlinhos disse que estreiaria novo programa na Tv Globo,seria Chico City ele estava criando novo personagem,seria um preto velho chamado Teóphilo Batista,incorporado chamariaa Véio Zuza.Carlinhos sabia que meu pai era espírita,e "recebia" um preto velho chamado Pai Joaquim D'Aruanda e semanalmente dava consultas na nossa casa na Rua O no loteamento.Carlinhos disse que levaria o Chico lá em casa para que visse como se comporta um preto velho. Achamos que ele estivesse brincando. Passadas uma semanas e no dia de mais uma "reunião",casa cheia de pessoas aguardando para fazerem suas consultas com Pai Joaquim,o Carlinhos me chama na porta da sala e me disse baixinho que o Chico Anysio estava dentro do carro com a esposa Alcione Mazzeo e algumas amigas dela,a Esmeralda Barros( bela mulata que posteriormente mudou-se para Itália)e mais uma amiga.Quando viram quem saia do carro,foi aquele alvoroço.A rua ficou lotada de vizinhos e moradores do loteamento ansiosos para conhecerem aquele ilustre visitante. Ele permaneceu lá em casa aproximadamente uma duas horas.Conversou muito com o Preto Velho,depois com meu pai,minha mãe,enfim,com todos. Pois bem,se não me engano foi no ano de 1973 que estreou Chico City,no ano seguinte o Preto Velho do meu pai foi presenteado com uma bengala de madeira toda trabalhada originária da África.Á partir daí tive curiosidade de conhecer os bastidores das gravações do programa Chico City e algumas vezes assisti as gravações no Teatro Fênix na Lagoa e tive a oportunidade que pouquíssimos tiveram.Jantar com Chico Anysio no camarim dele.Na ocasião Chico morava na Gávea Pequena,as gravações iniciavam-se quase sempre à partir das 13:00hs/14:00hs,tendo uma pausa depois das 19:00hs, nesse horário era entregue no camarim dele seu jantar,essa refeição vinha armazenada numas 5 marmitas de alumínio umas sobre as outras,chegava quentinha,comida bem caseira e bem simples,às vêzes frango com quiabo ou espaguete com carne moída.

Interessante era nas gravações o diretor Jack Ades dar bronca no Chico que às vezes brincava com o texto,acrescentando alguns "cacos"que não tinham nada a ver,alguns o diretor aceitava,outros não,e mais impressionante era ver o personagem que o Chico iria interpretar e ouvir a a voz natural dele.Não encaixava ver Paínho com a voz do Chico,grave e grossa.Lembro-me bem até hoje,era cigarro,cigarro e cafézinho direto.A memória desse gênio era fantástica.Ele dava uma lida no script e a gravação ia de uma vez só.Raramente ele errava sua fala,enquanto alguns atores erravam muito mais que ele,talvez por nervosismo.Conversei diversas com o garotinho Nizo Neto que interpretava o Negritin, e Gloria Pires trabalhava com seu pai o ator Antonio Carlos,ela era a garotinha de cabelo Maria Chiquinha.Às vezes as gravações se estendiam pela madrugada adentro,pois os atores maquiados e com as vestimentas dos personagens gravavam vários quadros para 3 ou 4 programas posteriormente irem ao ar.Já aconteceu de sairmos de Teatro Fênix às 9:30/10:00hs da manhã.O Chico ia para casa dele,eu e Carlinhos parávamos num barzinho na Rua Jardim Botânico para tomar café ou um suco,e era nesse bar que alguns artistas às vezes iam lá lanchar,comprar cigarros ou tomar café.Numa dessas vezes, estávamos eu e Carlinhos tomando café ou e no fundo do balcão desse bar tinha um grupo de quatro ou cinco estudantes com idades variando entre 14 e 17 anos, uniformizados tocando violão,e notamos a chegada do músico Baden Powel.Ele calmamente no bar,moreno,magro,tímido,como era conhecido do Carlinhos dirigiu-se a ele e ficamos conversando.Baden tinha acabado de fazer uma gravação no Teatro Fênix e pediu um café.Carlinhos era muito sacana,por implicância dirigiu-se ao garotos que tocavam violão e começou a criticá-los,dizendo que não tocavam nada.Tanto perturbou os moleques que um deles irritado disse: você sabe tocar ? Pegou o violão deu para o Carlinhos e disse: toque alguma coisa ai. Na mesma hora Carlinhos disse que seu colega(Baden) tocava,que imediatamente recusou,mas para por fim na insistência dos garotos que não o conheciam,aceitou tocar.Tocou o trecho de uma música,fêz o solo de outra, terminando fazendo som de bateria de escola de samba nas cordas do violão.Não queria ser identificado.Como os garotos ficaram de olhos arregalados com o inusitado show, Carlinhos não resistiu e disse que esse senhor era nada mais,nada menos que o incrível Baden Powell.A molecada fêz a festa.

ediram que o violão fosse autografado pelo ilustre artista.


 
 
 

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