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Quase morrí no Morro de São Carlos,Rio de Janeiro.

  • Carlos Alberto da Costa(Beto Jogador)
  • 13 de set. de 2016
  • 3 min de leitura

Nos meados da década de 1990,tínhamos no bairro Pechincha em Jacarepaguá um time de futebol que jogava na área onde estava sendo construído o condomínio Santa Mônica na Barra da Tijuca,domingo sim,domingo não.Tinha um campo de futebol,como a peãzada folgava nos domingos e colega nosso era engenheiro da obra,tínhamos permissão para ocupar o espaço.O Ricardo,grande amigo meu.morador da Pça.Seca,tinha um Passat branco e passava na minha casa e me dava carona sempre.Num determinado sábado ele apareceu na minha rua com uma Kombi,outra pessoa dirigindo e me chamou.Corrí em casa, coloquei chuteira,atadura,meião e calção dentro da bolsa e saí com ele achando que íamos jogar pelada em algum lugar.No meio do caminho ele me disse que a mãe dele,moradora há décadas no Morro de São Carlos estava de mudança para Praça Seca,a criminalidade já estava no seu início e como os moradores antigos estavam morrendo ou se mudando,ela também achou melhor não correr esse risco. A casa onde ela morava ficava uns 80 metros abaixo do nível da rua,tinha uma escadaria toda escangalhada,faltando degraus,etc... Iniciamos a mudança,guarda roupa desmontado,bacia com trouxa de roupas,cadeiras, mesa,máquina de lavar. Sufôco total. Numa pausa,subí e fui numa barraquinha lá no alto,no início da rua e pedí uma cerveja, o hit do momento era "Na boquinha da garrafa",e tinha uma máquina de tocar músicas,essa de colocara ficha,e um grupo de morenas e pretinha estavam dançando essa música sem parar.Repetiam incessantemente essa música.Em dado momento,entrou na birósca um negão de tão negro,parecia até ser roxeado,com aproximadamente de uns 2 metros de altura,beiçúdo,olhos esbugalhados,bermudão mostrando pedaço da bunda,com jeitão de retardado.Encostou no balcão e pediu um Underberg.O dono do bar veio com um copinho tradicional para bebidas quentes,encheu e ele bebeu tudo de uma golada só. Não sei por que cargas d'água eu dei uma olhada para o cara, e quiz dar uma de engraçadinho e disse: O Negão, você não vai mexer a bundinha não ?. Imediatamente o cara olhou prá mim de cima abaixo,virou-se para o comerciante e perguntou: Quem é esse branco ai ? O dono do bar respondeu: não sei não. A música foi interrompida,ele segurou no meu ombro e perguntou: Ô branco. Tú me conhece ? TÚ ME CONHECE,PÔRRA ! Eu quse me cagando respondí: amigão,desculpe mas não quis ofendê-lo. O Negão: MAS ME OFENDEU,CARALHO. SABE QUEM EU SOU? SABARÁ. SABARÁ O GERENTE DO TRÁFICO AQUI NO MORRO,SEU FILHO DA PUTA. Nessa hora o Ricardo meu amigo e antigo morador do morro gritou: SABÁRA,ele é meu primo.Está ajudando a fazer a mudança da minha mãe. O Negão respondeu. Ô Branco,tú tá perdoado, mas tú vais pagar um pedágio,seu viado. Virou-se para o comerciante e pediu uma dose de Underberg.Eu disse: Sabará, pago até uma garrafa. Ele respondeu:Jóia,encha um copo americano até a boca,passa a régua. Eu disso: EU PAGO. Ele bebeu de uma golada só. Ele pediu outro copo igualzinho ao primeiro. Eu disse: Eu pago. O comerciante caprichosamente encheu o copo até ás bordas.O Negão pegou o copo,virou-se prá mim e disse: Ô Branco, BEBE. Eu,não bebo quante não. Só bebo cerveja. Ele puxou(não sei de onde apareceu)um revólver e gritou : BEBE PÔRRA.DE UMA GOLADA SÓ. Eu tremendo,comecei a beber.Que bebida horrosa.Amarga,intragável. O cara com a aquela cara feira pertinho da minha,com os poucos dentes quebrados ou estragados gritando: BEBEEEEEE. Suando frio. Bebí. Ele: agora sim. Tá tudo bem.Virou-se para o Ricardo e disse: gostei desse branco. Você me desafiou. Ricardo,quando voltar aqui,traga ele novamente prá gente beber um gelo. Voltei lá ? Nunca mais. Três semanas depois lí nos jornais: SABARÁ,CHEFE DO TRÁFICO DE DROGAS NO MORRO DO SÃO CARLOS,ENFRENTOU A POLÍCIA E FOI PRESO. "Quase morrí no Morro de São Carlos"


 
 
 

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